SEGUNDA 11 NOVEMBRO, 21H30

CCVF

ICP Orchestra

Ab Baars clarinete, saxofone tenor
Tobias Delius clarinete, saxofone tenor
Michael Moore clarinete, saxofone alto
Thomas Heberer trompete
Wolter Wierbos trombone
Mary Oliver viola, violino
Tristan Honsinger violoncelo
Ernst Glerum contrabaixo
Guus Janssen piano
Han Bennink bateria

Preço
7,50 eur / 5,00 eur c/d

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Assinatura do Festival
90,00 eur

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2019.11.11 ICP Orchestra

Fundada em 1967 pelo recentemente falecido pianista Misha Mengelberg e pelo enorme baterista Han Bennink, duas das figuras maiores da cena jazzística holandesa, a ICP Orchestra é uma instituição histórica entre as big bands de jazz, distinguindo-se por uma abordagem livre e iconoclasta às fundações do jazz, suportada sobretudo num método aberto de improvisação com regras variáveis. Ao longo dos seus mais de cinquenta anos de atividade, e sendo por natureza um projeto mutante, a orquestra foi, naturalmente, mudando a sua configuração e renovando os seus membros, tendo por ela passado alguns dos músicos mais influentes do jazz europeu, tal como o saxofonista alemão Peter Brötzmann que integrou a primeira formação oficial.

A premissa de base da ICP Orchestra foi influenciada pelo contacto de Misha Mengelberg com o movimento artístico Fluxus, um dos responsáveis pela introdução do happening na arte contemporânea. O pianista e Han Bennink eram colaboradores frequentes desde o início da década de 1960, tendo inclusivamente sido ambos membros da banda do lendário Eric Dolphy, e foi portanto natural a sua associação num projeto comum em que as sensibilidades estéticas de cada um – ambos com uma propensão para a improvisação, para a performance e para um certo surrealismo absurdo ou humorístico, ambos também possuidores de uma profunda compreensão do jazz norte-americano – se podiam expressar coletivamente. Com o tempo, a orquestra foi naturalmente exercitando as suas propostas, baseadas na adoção de estratégias de improvisação dentro da composição e de composição dentro da improvisação. Além das composições dos seus próprios membros, a ICP explora também projetos de reportório, interpretando compositores seminais do jazz como Monk e Ellington, embora sempre mantendo a sua matriz de subversão das linguagens musicais, que faz dela um projeto híbrido entre uma big band de jazz e uma orquestra de câmara.

Perante a ausência de Mengelberg, é Han Bennink, um dos músicos mais idiossincráticos e influentes do jazz europeu, o líder informal da ICP e a força motriz do processo de criação, embora nesta orquestra todos os músicos partilhem a decisão sobre as direções que a música toma e as formas que assume, fazendo com que o som transmita uma mensagem ética e artística que importa valorizar. Os instrumentistas que atualmente compõem a banda apresentam um já longo historial de colaboração com este projeto, e, entre os vários instrumentistas que o integram, é importante destacar o violoncelista Tristan Honsinger, o único, além de Bennink, que integrou também a primeira formação oficial da orquestra.

A matriz estética deste projeto, o grande nível dos músicos e a profundidade do pacto artístico em jogo faz com que a música da ICP Orchestra, representante europeia da vaga de vanguarda da música europeia do século XX, soe fluida e dialogante, mesmo que a sua vertigem pressuponha sempre a introdução de um elemento de caos na ordem, estilhaçando o som em múltiplas vozes que falam e comunicam através dos instrumentos num diálogo que nunca se interrompe nem esgota.

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