Evento
SÁBADO 17 NOVEMBRO - 21H30
Wayne Escoffery, saxofone tenor
Abraham Burton, saxofone tenor
David Lee Jones, saxofone alto, saxofone soprano, flauta
Alex Terrier, saxofone alto
Jason Marshall, saxofone barítono
Conrad Herwig, trombone tenor
Robin Eubanks, trombone tenor
Dave Taylor, trombone baixo, tuba
Jack Walrath, trompete
Alex Sipiagin, trompete
Alex Norris, trompete
Theo Hill, piano
Boris Kozlov, contrabaixo
Donald Edwards, bateria
15,00 eur / 12,50 eur c/d
A edição de 2018 do Guimarães Jazz encerrará com um momento de celebração do legado de uma das figuras fundamentais da música do século XX, o contrabaixista e compositor Charles Mingus, cuja obra permanece no imaginário coletivo como um símbolo do espírito inconformista e radicalmente inovador que fez do jazz uma das expressões artísticas mais marcantes e revolucionárias da modernidade. Liderada por Sue Mingus, viúva e cúmplice afetiva e artística do homenageado, a Mingus Big Band é um ensemble constituído por músicos de exceção e de grande capacidade inventiva, sendo considerada um exemplo de vitalidade criativa dentro do universo de projetos dedicados à reinterpretação da obra dos grandes mestres do jazz.
Charles Mingus nasceu em 1922 no Arizona, Estados Unidos da América, e viveu uma vida intensa, tanto a nível pessoal como artístico, até à sua morte precoce, em 1979, com apenas cinquenta e seis anos e vítima de uma doença degenerativa. O corpo de trabalho que nos deixou foi decisivo para o desbravar de novos caminhos no jazz, tendo contribuído decisivamente para as revoluções estéticas que moldaram em definitivo a forma da música da segunda metade do século passado. Álbuns como Pithecanthropus Erectus e Mingus Ah Um, e as parcerias criativas que manteve com, entre outros, Charlie Parker, Max Roach e Eric Dolphy, constituem referências obrigatórias em qualquer história do jazz e contribuíram para consolidar o reconhecimento da importância da visão artística de Mingus na transição do bebop para as vanguardas musicais que explodiram na década de sessenta do século passado.
A Mingus Big Band é um ensemble de formação variável formado em 1991 e liderado por Sue Mingus. Começou por atuar em formato de residência em clubes de jazz de Nova Iorque e desse então tem-se apresentado ao vivo em todo o mundo, tendo também editado dez registos discográficos, entre os quais o álbum Mingus Big Band Live At Jazz Standard, vencedor de um Grammy em 2011. Por esta banda passaram muitos dos mais reputados instrumentistas do jazz, tais como Randy Brecker, Conrad Herwig, Frank Lacy, Vincent Herring, Donny McCaslin, George Colligan ou Jeff “Tain” Watts, entre muitos outros.
Se é certo que a música do extraordinário contrabaixista e compositor Charles Mingus sobreviveria sempre ao tempo sem precisar de celebrações deste género, não é menos verdade que a possibilidade de assistir ao vivo à interpretação das suas composições permite aceder a uma outra, e talvez mais intangível, experiência da sua arte que os registos discográficos falham em transmitir. Uma das dimensões mais originais do trabalho criativo de Charles Mingus era, além da sua muito singular construção melódica e rítmica, a dinâmica de improvisação coletiva que imprimia às suas bandas. Esses princípios são rigorosamente respeitados pela Mingus Big Band e ao mesmo tempo reformulados segundo as coordenadas da linguagem musical dos extraordinários músicos que compõe esta banda, razão pela qual este concerto se projeta não apenas enquanto um momento dedicado à pura interpretação da obra de Mingus mas como verdadeiro catalisador de novos atos criativos, fiéis porém ao espírito e à absoluta integridade artística da obra de um dos grandes génios da música norte-americana.