Evento
SEXTA 16 NOVEMBRO - 21H30
Avishai Cohen, trompete
Yonathan Avishai, piano
Barak Mori, contrabaixo
Ziv Ravitz, bateria
15,00 eur / 12,50 eur c/d
Originário de Telavive e sedeado atualmente em Nova Iorque, Avishai Cohen (n. 1978, Israel) é, apesar da sua juventude, um dos mais relevantes trompetistas do jazz da atualidade. Detentor de uma sensibilidade musical pontuada por um multiculturalismo inclusivo e sincrético, Cohen tem desenvolvido ao longo dos últimos quinze anos um trabalho consistente enquanto compositor e líder de formação, ao mesmo tempo que mantém colaborações paralelas, em projetos autónomos ou enquanto solista, ao lado de nomes importantes da música contemporânea como Mark Turner, Jason Lindner, Danilo Perez e Chris Potter, entre outros.
Avishai Cohen emigrou de Israel, país onde passou a infância e adolescência, para os Estados Unidos da América para estudar na prestigiada Berklee College of Music, em Boston, tendo depois mudado definitivamente para Nova Iorque. É nesta cidade que o trompetista inicia, após um período intensivo de formação, o seu percurso profissional na música, colaborando com inúmeros músicos da cena jazzística nova-iorquina e integrando várias formações, entre as quais se destaca o influente SF JAZZ Collective, ensemble por onde passaram alguns dos instrumentistas mais marcantes dos últimos vinte anos do jazz, e a Mingus Big Band, que atuará nesta mesma edição do Guimarães Jazz. Em 2016, Avishai Cohen edita o seu primeiro registo discográfico pela prestigiada editora alemã ECM, o impressionista Into the Silence, a que se sucedeu o mais recente Cross My Palm With Silver (2017), sendo este trabalho aquele que constituirá previsivelmente o foco da atuação do trompetista no festival.
O ensemble que Avishai Cohen reuniu para a gravação deste seu último álbum é constituído, para além do próprio Cohen, pelo pianista Yonathan Avishai, pelo contrabaixista Barak Mori e pelo baterista Nasheet Waits, que no concerto do Guimarães Jazz será substituído por Ziv Ravitz. Mais ainda do que em estúdio, na formação escalada para o festival em virtude da ausência de Waits, que nesse caso seria o único músico norte-americano em palco, sobressai mais ainda a proveniência israelita como denominador comum de todos os músicos envolvidos. Apesar de se tratarem de instrumentistas muito experimentados e com créditos firmados no meio jazzístico internacional, não deixa de ser evidente que todos eles possuem uma tonalidade expressiva própria de um jazz desterritorializado geograficamente. Estes músicos, a par de outros com raízes em Israel, como Omer Avital and Omer Klein, constituem exemplos que comprovam a vitalidade da cena musical, e especificamente jazzística israelita, parecendo confirmar a ideia de que o jazz do futuro se trilha também em novas latitudes e a partir de referências heterodoxas.
Embora centrada nas composições de Avishai Cohen, já de si amplamente abertas à improvisação, a música deste quarteto é expansiva e multicultural na sua génese, pelo que talvez seja possível afirmar que nela respira uma melodia própria, composta por uma confluência de sonoridades, permeável a influências e sensível às diferenças culturais, razões que fazem com que esteja perfeitamente sintonizada com os espíritos benignos do tempo.