Evento
SEGUNDA 12 NOVEMBRO - 21H30
David Helbock, piano, eletrónicas, percussão
Johannes Bär, trompete, trompete piccolo, tuba, beatbox, didgeridoo, eletrónicas, percussão
Andreas Broger, saxofone soprano, saxofone tenor, clarinete, clarinete baixo, flauta, percussão
10,00 eur / 7,50 eur c/d
Random/Control é um dos vários projetos do prolífico pianista austríaco David Helbock e, provavelmente, o mais idiossincrático. Apesar de composto apenas por três músicos – o próprio Helbock e Johannes Bär e Andreas Broger, dois ativos instrumentistas da cena jazzística da Áustria –, a música desta formação é produzida com recurso a mais de vinte instrumentos, incluindo eletrónicas, percussão, didgeridoo e inúmeros tipos de sopros, todos eles tocados pelos elementos da banda. Desde a sua fundação, o grupo já editou três álbuns, o último dos quais, Tour d’Horizon, em 2018.
David Helbock (n. 1984, Áustria) é, atualmente, um dos músicos mais destacados da música austríaca, resultado do reconhecimento internacional e dos inúmeros prémios que recebeu, entre os quais o da competição de piano-solo do mítico festival de jazz de Montreux. Após um período formativo, que incluiu estudos com o reputado pianista Peter Madsen, músico com quem Helbock viria posteriormente a colaborar no contexto do projeto CIA, liderado pelo próprio Madsen, a carreira musical deste compositor austríaco centra-se, sobretudo, nos seus próprios projetos, nomeadamente com o David Helbock Trio e este seu Random/Control, ou a solo – uma das poucas exceções terá sido a contribuição como solista para a The Jazz Composers Orchestra de Michael Mantler. Pianista virtuoso e compositor inquieto e subtilmente iconoclasta, Helbock desenvolve um trabalho musical com uma forte componente conceptual (é disso exemplo o seu projeto de criação de uma canção por dia durante um ano) e baseado numa postura de grande amplitude estilística, abordando o trabalho de compositores muito distintos (Beethoven, Monk, Joe Zawinul, entre outros) a partir de ângulos imprevistos.
Em Random/Control, Helbock, acompanhado pelos multinstrumentistas Johannes Bär e Andreas Broger, desenvolve uma abordagem singular, específica da sonoridade desta formação, a partir de fontes tão diversas como as composições do próprio pianista austríaco, temas jazzísticos ou as canções do folclore austríaco. O último álbum, intitulado Tour d’Horizon, deste trio é centrado na interpretação de composições dos pianistas que influenciaram a visão artística de Helbock, pelo que o concerto no Guimarães Jazz corresponderá portanto a uma viagem pelo cânone do piano-jazz, através de reinterpretações expansivas de obras de Duke Ellington, Keith Jarrett ou Carla Bley levadas a cabo por um projeto de caraterísticas singulares e liderado por um dos mais promissores músicos de jazz europeus.