SEXTA 09 NOVEMBRO - 21H30

CCVF
Marquis Hill Modern Flows

Marquis Hill, trompete
Logan Richardson, saxofone alto
Joel Ross, vibrafone
Jeremiah Hunt, contrabaixo
Jonathan Pinson, bateria

15,00 eur / 12,50 eur c/d

ASSINATURA 3 CONCERTOS (à escolha)
35,00 EUR
ASSINATURA 6 CONCERTOS (à escolha)
65,00 EUR
ASSINATURA DO FESTIVAL (acesso a todos os concertos)
80,00 EUR
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Na mitologia do jazz, Chicago ocupa um lugar de especial relevância, tendo sido nessa cidade que nasceram alguns dos grandes músicos do século passado (casos de Louis Armstrong, Benny Goodman ou Herbie Hancock, entre muitos outros) e que nasceram se desenvolveram movimentos musicais e artísticos que moldaram decisivamente a forma do jazz contemporâneo, sendo disso o melhor exemplo a Association for the Advancement of Creative Musicians, da qual foram membros ou colaboradores ativos alguns dos mais influentes criadores jazzísticos das últimas décadas, tais como Roscoe Mitchell, Jack DeJohnette ou Henry Threadgill.

É desse contexto de diversidade estilística e efervescência criativa que é originário o jovem trompetista Marquis Hill (n. 1987, EUA), o qual, à semelhança de músicos da mesma geração, como Ambrose Akinmusire, ou ligeiramente mais velhos mas seus contemporâneos (Ken Vandermark, Ernest Dawkins ou Rob Mazurek, por exemplo), tem contribuído para o movimento de contínua reinvenção e expansão da idiossincrática identidade musical de Chicago. Com um currículo académico sólido, que incluiu estudos na Northern Illinois University (onde decidiu estudar por influência do lendário contrabaixista Ron Carter) e na prestigiada DePaul University’s School of Music, Hill envolveu-se desde muito cedo na cena jazzística da cidade, tendo atuado como sideman ao lado de nomes como os de Von Freeman e Fred Anderson. Editou o seu primeiro álbum em nome próprio em 2011 e, desde então, tem mantido uma atividade regular como líder e compositor, desenvolvendo uma identidade musical singular que cruza o domínio dos fundamentos canónicos do jazz, sobretudo na linha do hard-swing e do pós-bop, com outras expressões estilísticas, como o hip-hop, o R&B e a spoken word, criando assim um vocabulário multifacetado adaptado ao contexto musical do século XXI.


O seu mais recente álbum de estúdio, intitulado The Way We Play, editado em 2016, revela-nos um músico culto e interessado na renovação do jazz por via da revisitação de uma seleção pessoal de obras de compositores seminais do jazz (Donald Byrd, Herbie Hancock, Thelonious Monk, entre outros), aqui apresentados em versões nas quais é evidente um sentido de reinvenção lírica a partir de uma sensibilidade absolutamente contemporânea capaz de fazer com que a música viaje no tempo em busca de novas emoções e significados. Neste projeto, Marquis Hill faz-se acompanhar de uma formação de músicos, o Blacktet, criada especificamente para com o propósito de servir de veículo à visão musical do líder e que inclui, entre outros, instrumentistas de relevo como o saxofonista Christian McBride e o baterista Makaya McCraven.


No concerto do Guimarães Jazz, Marquis Hill apresentar-se-á com uma banda composta por três jovens músicos que confirmam a vitalidade atual da cena jazzística de Chicago, nomeadamente o vibrafonista Joel Ross, o contrabaixista Jeremiah Hunt e o baterista Jonathan Pinson, instrumentistas de inegável talento e que, apesar da sua juventude, apresentam já um historial de colaborações e de experiências criativas tanto ao lado de grandes nomes da história da música como Wayne Shorter e Herbie Hancock, bem como de alguns dos mais promissores e relevantes músicos de jazz contemporâneos. É importante, no entanto, destacar a presença neste concerto do saxofonista Logan Richardson, que tem desenvolvido nos últimos anos uma peculiar e altamente desafiante carreira enquanto líder de formação e compositor.

Assim sendo, deste concerto devemos esperar não apenas um momento musicalmente e tecnicamente sofisticado, correspondendo assim ao padrão de criação musical vigente no terceiro milénio, mas também a oportunidade de nele detetarmos pistas acerca do futuro próximo do jazz a partir de novas matrizes de significação expressiva.