QUINTA 08 NOVEMBRO - 21H30

CCVF
AZIZA
Dave Holland, Chris Potter, Kevin Eubanks and Eric Harland

Dave Holland, contrabaixo
Chris Potter, saxofone
Kevin Eubanks, guitarra
Eric Harland, bateria

15,00 eur / 12,50 eur c/d

ASSINATURA 3 CONCERTOS (à escolha)
35,00 EUR
ASSINATURA 6 CONCERTOS (à escolha)
65,00 EUR
ASSINATURA DO FESTIVAL (acesso a todos os concertos)
80,00 EUR
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O concerto inaugural da edição de 2018 do Guimarães Jazz será protagonizado pelo mais recente grupo de um dos grandes nomes vivos da história do jazz, o contrabaixista britânico Dave Holland, que neste projeto se junta a Chris Potter, Lionel Loueke e Eric Harland. Aziza – assim se intitula esta formação composta por quatro dos mais relevantes músicos do jazz contemporâneo, com percursos que se foram cruzando no contexto de outras colaborações no passado recente e que, desde 2015, se reúnem para um propósito de criação artística que tem merecido ampla aprovação crítica e demonstrado em vibrantes atuações ao vivo toda a sua vitalidade musical.

Dave Holland (n. 1946, Reino Unido) é um músico e compositor eclético com um notável percurso artístico ao longo dos últimos cinquenta anos, durante o qual experimentou praticamente todas as linguagens musicais conhecidas e pelo qual é hoje reconhecido como um dos grandes mestres e nomes maiores da música contemporânea. Colaborador de alguns dos músicos mais importantes do século XX, tais como Miles Davis, Theolonious Monk, Stan Getz ou Anthony Braxton, Holland inscreve, no entanto, o seu nome na história da música enquanto instrumentista e compositor multifacetado e de uma extraordinária capacidade expressiva, qualidades que lhe permitiram manter ao longo do tempo uma atividade profícua e de grande relevância artística em que foi acompanhando e, nalguns casos, até mesmo antecipando todas as transformações que ocorreram na música durante as últimas cinco décadas.


Originário da cidade inglesa de Wolverhampton, Dave Holland iniciou a sua carreira muito jovem e, aos quinze anos de idade, já tocava como sideman de artistas norte-americanos em digressão pela Inglaterra, tendo atuado nas bandas de acompanhamento de alguns dos nomes maiores da música popular e do R&B das décadas de 50 e 60 do século passado, como por exemplo com o incontornável Roy Orbison. A mudança para Londres e a vontade de experimentar novos caminhos musicais levaram o contrabaixista a desenvolver uma relação de intensa proximidade com a cena free jazz inglesa, onde pontificavam músicos como John Surman e Evan Parker, entre outros. Porém, o momento decisivo da carreira de Holland surge quando é convidado por Miles Davis para integrar a nova formação do trompetista, com a qual irá gravar um dos álbuns mais inovadores e vanguardistas da segunda metade do século XX: o seminal e revolucionário Bitches Brew. Desde aí, Holland desbravou o seu próprio caminho artístico, tanto em colaboração com inúmeros músicos incontornáveis do jazz contemporâneo, como Chick Corea, John Abercrombie, Steve Coleman ou Joe Lovano, entre muitos outros, como em projetos de composição para grandes ensembles, inscrevendo definitivamente a sua marca autoral na história da música ocidental.


Aos setenta e dois anos, Dave Holland continua ativo e em plena criação, sendo disso exemplo este projeto, Aziza, com o qual editou em 2016 um álbum descrito pela crítica como um projeto de descoberta de territórios musicais no qual a sinergia entre os músicos constitui elemento decisivo de exploração criativa, ou não fosse esta banda composta por quatro dos mais dotados e inventivos instrumentistas do jazz contemporâneo – todos eles, note-se, com um historial passado no Guimarães Jazz, em contextos musicais muito distintos. Deste concerto (em que Lionel Loueke será substituído por Kevin Eubanks, também ele um guitarrista de excelência) não se esperará, por isso, outra coisa senão uma música desafiante mas rigorosa, livre mas consciente de si mesma, na qual ecoa, como em toda a criação artística séria, um sentido de descoberta espiritual.