QUARTA 08 NOVEMBRO, 21H30

CCVF
Nels Cline – Lovers
Orquestra de Guimarães

Nels Cline, guitarra
Michael Leonhart, trompete, direção musical
Alex Cline, bateria
Devin Hoff, contrabaixo, baixo elétrico


Orquestra de Guimarães

Filipa Abreu, violino
Carina Albuquerque, violoncelo
Luís Alves, oboé
Pedro Martinho, fagote
Domingos Castro, clarinete sib
Paulo Martins, clarinete baixo
Angelo Fernandes, trompete
Tiago Rebelo, trompete
David Silva, trombone
Vítor Castro, vibrafone
Ingrid Sotolarova, celesta
Catarina Rebelo, harpa
Eurico Costa, guitarra

Preço 5,00 eur

ASSINATURA 2ª SEMANA
30,00 eur
ASSINATURA 1ª SEMANA
40,00 eur
ASSINATURA GERAL
70,00 eur
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Nels Cline (n. 1956, Los Angeles, EUA) é um guitarrista norte-americano de notáveis recursos técnicos e grande versatilidade estilística, com um percurso sólido tanto dentro do campo mais restrito do jazz, como nas áreas do rock experimental e da improvisação livre. Associado a correntes jazzísticas mais exploratórias, em virtude das inúmeras colaborações que foi mantendo ao longo do tempo com músicos relacionados com as tendências de vanguarda, como Zeena Parkins, Alan Licht e Elliott Sharp, o seu trabalho adquiriu na última década grande notoriedade e tornou-se conhecido de um público mais abrangente, em grande parte devido à sua colaboração com a banda de country alternativo Wilco, que contribuiu para que Nels Cline seja hoje em dia reconhecido, mesmo fora do perímetro do jazz, como um dos mais importantes guitarristas contemporâneos.

O início da carreira de Nels Cline teve lugar no início dos anos oitenta do século passado, altura em que funda o grupo Quartet Music (com o baterista Alex Cline, seu irmão, o baixista Eric Von Essen e o violinista Jeff Gauthier). Em paralelo, Nels Cline manteve colaborações com Charlie Haden (nomeadamente no âmbito da célebre Liberation Music Orchestra) e Julius Hemphill, entre outros, e em 1987 editou o seu primeiro álbum enquanto líder de uma formação que incluía, para além dos seus cúmplices no Quartet Music, o influente saxofonista Tim Berne. Nos anos seguintes, a par da intensa atividade da sua nova formação, o Nels Cline Trio, cada vez mais focada na música improvisada, Nels Cline foi explorando colaborações com músicos de diversos espetros musicais, tais como o guitarrista Thurston Moore (membro fundador da banda seminal de rock de vanguarda Sonic Youth), o percussionista Gregg Bendian (com quem fez uma versão do álbum “Interstellar Space”, de John Coltrane), a compositora e artista sonora Andrea Parkins e a vocalista e compositora Carla Bozulich, com quem manteve uma relação de enorme cumplicidade artística durante doze anos. Em 2004, passou a integrar, enquanto membro efetivo, a banda Wilco, tendo no entanto prosseguido a sua atividade em grupos e projetos de naturezas distintas, tais como a banda de free jazz Nels Cline Singers, a participação nas “Woodstock Tapes” da banda Medesky, Martin & Wood e também o projeto multimédia, em parceira artística com o poeta David Breskin, construído partir de imagens do artista Ed Ruscha.

Recentemente, o guitarrista assinou pela prestigiada Blue Note, editora pela qual publicou o álbum “Lovers”, uma obra orquestral inspirada nos standards do cancioneiro americano e na música de Bill Evans e Henry Mancini, e que constituirá o centro da sua atuação no Guimarães Jazz. Neste trabalho, considerado pelo autor um dos mais pessoais, Nels Cline debruça-se sobre um heterodoxo repertório, baseado tanto em composições originais do guitarrista como em composições e canções de compositores, bandas e músicos tão diversos como Annette Peacock, Paul Francis Weber, Gabor Szabo, Michel Portal e Arto Lindsay, entre outros, propondo ao ouvinte uma visão panorâmica sobre a sua cosmologia musical, ao mesmo tempo que, com a sua idiossincrática montagem, sugere uma invulgar narrativa da história da música do século XX. Originalmente composto para uma formação alargada de vinte e três músicos, no Guimarães Jazz, porém, “Lovers” será interpretado por um quinteto, que incluirá o guitarrista português Eurico Costa, acompanhado pela Orquestra de Guimarães, com direção musical de Michael Leonhart.